Eita mundão grande!
Conversa informal sobre games, algo corriqueiro nas nossas vidas. Assuntos diversos, Last Guardian, Final Fantasy novo, Uncharted Collection, dentre outras coisas. Então começamos a falar de Witcher, de como ele era bacana, de como ficou legal o Podcast do Gamer como a Gente (não escutou? Clica aqui!). Não mais do que vindo das sombras, alguém diz que o Witcher 2 é melhor do que o 3. Não tenho uma opinião formada sobre o Witcher 2, sinceramente não o joguei (talvez eu o jogue no Xbox One da minha irmã), mas fiquei bastante intrigado com a afirmação… Decidi perguntar o motivo e escutei uma resposta que julguei pouco convincente…
– O Witcher 2 é mais linear, odeio mundo aberto!
Das fases repetitivas ao mundo aberto
Joguei muito esse negócio! Mas meu pai era melhor que eu…
Longe de pensar em jogar games como Witcher 3, na minha infância eu me divertia com jogos como Keystone Kapers, Pac-man, Pitfall e Enduro. Todos eram repetitivos ao extremo, porém um deles era bem menos repetitivo e suas fases tinham uma transição incrivelmente bem trabalhada, dentro do próprio jogo, a dificuldade era bem balanceada e progressiva e quase não havia um quadro igual ao outro: River Raid.
Com o avanço da tecnologia, tendências mudaram… Os jogos passaram a mostrar histórias para os players e essa tendência fez com que muitos jogos se perpetuassem. RPGs clássicos como Final Fantasy, Dragon Quest e Phantasy Star surgiram na segunda metade da década de 80 e apesar de se mostrarem massivos para a época, ainda se via certa linearidade. “Não posso voltar ao ponto A sem resolver o B primeiro?”
Hoje muitos acusam a linearidade de ser algo ruim, mas muitos jogos queridos de antigamente eram 100% lineares. Resident Evil, Onimusha, Devil May Cry e até mesmo o aclamado The Shadow of the Colossus eram mergulhados na linearidade (afinal de contas, não dá para derrubar primeiro o quinto colosso, não é?).
Até mesmo jogos recentes e amados pelos fãs são totalmente lineares, alguém é capaz de dizer que The Last of Us é um jogo ruim pela sua linearidade?
Porém, no longínquo ano de 1998, me deparei com um jogo estranho para os meus costumes… Um jogo onde se podia fazer o que quiser, onde podia explodir tudo e passar horas fazendo várias bizarrices sem nem mesmo ter feito a primeira missão principal. Fui apresentado aos jogos de mundo aberto pelo primeiro GTA.
Mas oras… o que é mundo aberto afinal?
É… eu gosto de Zelda…
Muitos acham que os jogos de mundo aberto são apenas os jogos estilo GTA, mas eles são apenas uma vertente deles. Na verdade, a definição de mundo aberto é para os jogos que te dão vários caminhos diferentes para terminar uma missão ou objetivo. Nesse aspecto, podemos considerar TheLegend of Zelda de 1986 um jogo de mundo aberto. Porém, foi com GTA que o estilo sandbox se popularizou. O que caracteriza um jogo sandbox é a possibilidade de parar a missão principal para realizar diversas missões secundárias. É muito divertido, mas por um bom tempo esse tipo de jogo não me fez a cabeça por diversos motivos.
Por ser um jogador de consoles, a pouca definição dos gráficos 3D nos anos 90 me fizeram preferir jogos lineares e pré-renderizados como Resident Evil do que jogos como GTA 3. Além disso, era muito complicado fazer uma história profunda em um jogo sandbox pela imprevisibilidade das ações dos jogadores. Dessa forma, ou o enredo era bem simples, ou o personagem era completamente vazio, para se adequar as escolhas do jogador.
Finalmente esse mundo aberto me cativou…

Por preferir histórias mais profundas, acabei me afastando por um bom tempo desses títulos. O primeiro GTA que eu realmente me interessei em jogar foi o V. Personagens cativantes, evolução gráfica já bem satisfatória, mas o enredo… O final de GTA V é quase que uma correria desenfreada para dar um desfecho qualquer. Nitidamente se tem a impressão de que a história não é o mais importante do jogo. Embora seja um pouco frustrante no aspecto enredo, ainda é um jogo que me cativa profundamente. Seria o meu preferido, até conhecer o jogo que quebrou o meu paradigma sobre Open World.
Witcher 3 foi o primeiro jogo de mundo aberto que realmente me deu uma experiência digna de jogos lineares. Personagens cativantes, mais profundos do que se imagina; um mundo fantástico e ao mesmo tempo crível; enredo aparentemente simples, mas que se desdobra em vários caminhos, simples ou complexos.
Acho impressionante como um estilo de jogo que remonta dos primórdios da década de 80, bem antes do já citado Zelda, precisou de mais de 30 anos de evolução para me cativar. Ainda prefiro jogos lineares na maioria das vezes. Mas definitivamente o open world me chama a atenção agora.
E você, amigo gamer?