GCG Podcast #011: Pirataria

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Arte da vitrine: Rodrigo Estevão
Edição: Diogo Moura

Ahoy Gamers! Sejam muito bem-vindos ao mais novo episódio do Gamer Como a Gente! Pedimos desculpas, mas fatores extemporâneos nos impediram de lançar antes, mas não temam! Escapamos dos nossos ferozes algozes e aqui estamos!

Hoje vamos falar de um tema muito sensível da indústria gamer! PIRATARIA! Qual é o conceito de pirataria? Você já foi um marujo? Para que servem os sacos pretos? A pirataria ajudou a popularizar a cultura gamer no Brasil? Ainda existe pirataria? Há novas formas de se obter algo alternativo? Vamos debater tudo nesse grande episódio. E lembrem-se amigos gamers, somos completamente contra a pirataria! Aqui o objetivo é apenas de debate do conceito.

Vamos lá, deixem seus comentários, experiências e críticas! Queremos ouvi-los! Curtiram? Ajudem espalhando o conteúdo e avaliando na iTunes Store e sejam gamers como a gente!

Artigo: Saia da pirataria!

Alma

Olá amigo gamer! Lembro como se fosse hoje o primeiro dia em que comprei um pirata para rodar no meu antigo PSOne. Que alegria! Capcom Vs Street Fighter era o seu nome. Sentia-me orgulhoso e esperto, e por muito tempo comprei vários e vários jogos. Mas hoje lembro-me do que a minha mãe sempre dizia:

“Se você tiver um vício, trate de ter dinheiro para sustenta-lo”. – Minha mãe

Era algo que ela dizia sobre as pessoas que pediam cigarro na rua, coisa comum no nosso bairro. Mas a maturidade me fez perceber que era algo mais profundo, servia para todos os tipos de vícios. Incluindo os games, vício que tanto amamos.

Quando eu comprava um pirata e me sentia um felizardo, eu deixava de dar retorno para as empresas que desenvolviam os jogos, os funcionários que trabalhavam na produção não recebiam o seu suado salário e as empresas acabavam fechando as portas por falta de fluxo de caixa. É algo nocivo para nós que adoramos o nosso hobby.

O círculo normal é o seguinte:

CicloP

A pirataria quebra este ciclo fazendo com que o retorno financeiro não chegue ao investidor, que aportou dinheiro para a realização do projeto. Isso geraria a seguinte pergunta:

 “Se você investisse seu dinheiro e não ganhasse nada com isso, você investiria de novo?”

Obviamente que não. Porque você não é um trouxa. Então se você se utiliza da pirataria, está a médio prazo colocando um fim no hobby que tanto gosta. Uma rápida pesquisa e verá quantas softhouses faliram nos últimos anos.

É inevitável e podemos conferir pelo seguinte fluxo:

FluxoP

Repare que quando o ciclo normal é quebrado ele se transforma em uma linha com início, meio e fim. As desenvolvedoras fecham e não há mais jogos novos feitos pelas produtoras que tanto amamos.

 Por que comprar um original?

Stranger

Poderia ser um hipócrita e dizer: “Ladrões!! Canalhas que roubam pessoas honestas!!” Apesar de ser um crime e dar até cadeia como exposto brilhantemente no artigo do nosso bastião da justiça e lealdade, Rodrigo Estevão (clique aqui e confira), não quero enveredar nesse ponto.

Como disse acima e vocês podem conferir nos nossos podcasts, eu já consumi muito pirata por aí e não pretendo me chamar de ladrão também. Então o foco é diferente aqui. Ninguém que se perde na pirataria é pirateiro porque gosta, mas sim por achar estar levando vantagem. Então a verdade profunda vai seca e amarga como deve ser:

O pirateiro é um gamer trouxa.

Hoje as empresas têm uma arma poderosa para prevenirem a pirataria: atualização via internet. O pirateiro que gasta trezentos reais para supostamente desbloquear o seu PS4 corre o risco de no dia seguinte não poder usar esse desbloqueio por conta de uma atualização que o invalidou. Você pode alegar que “um jogo de hoje vale quase trezentos reais”, mas isso é uma meia verdade. Existem muitos jogos que podem ser comprados por menos de cem reais, jogos bons e que só estão há pouco tempo no mercado.

Um exemplo? Em uma promoção recente comprei Tomb Raider Definitive Edition por 45 Reais.

Além do risco de perder o desbloqueio, ainda pode ocorrer o banimento de jogos online, o que é grande parte da diversão hoje em dia. Pergunte a um banido do Xbox 360 como é horrível a sensação de ter o seu console marcado para sempre e seu HD totalmente travado para não ser utilizado em um novo aparelho.

Quem tem um console da nova geração ainda tem mais um problema para piratear, o tamanho do HD. Se você compra um jogo primário ou secundário como se vendia antigamente na internet, viu que alguns jogos tem até 50GB de memória ocupada no seu disco rígido, fora as atualizações e DLC’s que ocupam ainda mais espaço. Então você percebe que 500GB de memória não dá nem para começar a brincadeira direito. A única saída é apagar jogos antigos e salvar novos. Aí vem o porém… Não é possível apagar e voltar a baixar jogos “fantasmas”, diferente dos jogos originais de mídia digital que você pode apagar e voltar a baixar, o jogo fantasma se perde para sempre. E eles não custam barato como o joguinho de PSOne, 3 por 10 reais.

“Mas eu não tenho dinheiro para comprar jogos, mal tenho para me sustentar”.

Mais uma desculpa comum, outra resposta seca relembrando o que minha mãe já dizia…

“Se tiver um vício, trate de ter dinheiro para sustenta-lo”. – Minha mãe, de novo.

Se você não tem dinheiro para jogar games, não jogue. Eu passei cinco anos sem videogames porque meu pai não poderia me dar um. O que eu fiz? Fui jogar bola na rua, jogar na casa de amigos e jogar fliperama com o pouco que tinha. Quando a vida melhorou, conheci meu querido e amado Mega Drive.

Mesmo com pouco dinheiro, meu pai sempre comprou jogo original para mim. Se eu queria um jogo, tinha que guardar dinheiro para tê-lo, e esperar o preço baixar. Infelizmente esqueci esta lição por muito tempo, mas segue aqui uma grande lição.

“Não é porque você é um pirateiro agora que não pode deixar de sê-lo.”
Estevão, Rodrigo – Bastião da justiça e lealdade.

Pouco dinheiro, grandes possibilidades

Camaro

Essa é a maior das desculpas que ouvimos por aí, e era a minha preferida também:

“Não compro jogo original porque o preço não é justo”

Essa desculpa parece razoável, mas foi brilhantemente rebatida pelo nosso bastião da Justiça Rodrigo Estevão durante o nosso podcast sobre pirataria (aguardem!).

“Eu também não acho justo o seu dinheiro ficar na sua carteira, passa pra cá”.

Uma analogia interessante. Não é porque eu não acho justo que tenho direito de fazer algo desonesto. Se acharmos que algo é injusto, nós devemos simplesmente deixar de consumir e forçar o preço a baixar para patamares aceitáveis, dessa forma estaremos ajudando a maturação do mercado gamer brasileiro e solidificando a nossa condição de consumidores inteligentes.

Temos impostos altos sobre os jogos? Sim. Temos abusos na margem de lucro dos jogos e consoles? Com certeza. Mas pense bem… Isso acontece também com os automóveis e ninguém sai por aí comprando carro roubado. Isso acontece com cigarros e bebidas e ninguém gosta de comprar esses produtos piratas pela baixa qualidade. Não há diferença no cara que compra um relógio roubado no camelô porque não acha justo o preço do relógio.

Acredito que hoje em dia a maioria que recorre a pirataria não tem algo imprescindível: Informação.

Não há desculpa para a pirataria, hoje podemos comprar jogos por dez reais ou até menos na PSN e na Live. Se você é PCista ainda tem mais opções para promoções como a Steam e o Splitplay, nosso parceiro, que oferece jogos brasileiros com preços muito agradáveis.

Outra boa opção é trocar o jogo que se tem por outro, existem muitos canais nas redes sociais de pessoas que querem trocar também. Se você não se apega a coisas materiais, com um único jogo pode trocar várias vezes e jogar muitos jogos em um ano gastando apenas o preço de um!

Então amigo gamer, façamos a nossa parte. Se acha caro, não compre. Reclame nas redes sociais e espalhe a sua opinião, muitos o seguirão. Se há uma coisa que faz as empresas tomarem decisões pró-consumidores é a pressão do mercado.

Seja um Gamer Como a Gente!

Artigo: Sobre o desbloqueio do PS4

 ps4Reverberam por diversos sites e blogs especializados em games a “grande” notícia que o Playstation 4 está sendo desbloqueado nas ruas de São Paulo. A comunidade gamer brasileira está em polvorosa.

O esquema, aparentemente oriundo da Rússia, consiste em uma clonagem virtual do PS4: todos os dados da bios e do processador são copiados de um videogame para outro. Em termos práticos, tudo o que é comprado em um videogame é facilmente passado para outro.

O “serviço” custa em torno de R$ 300,00 – R$ 400,00, o equivalente hoje ao preço de 3 jogos. Após realizado o desbloqueio – que dura em torno de três dias – o gamer volta para casa feliz e contente, usufruindo de 10 a 12 novos jogos no HD, com a possibilidade de adicionar um jogo novo por mais R$ 35,00 e com incrível chance de ficar um ano na cadeia. AHN?

almanegra

O Gamer como a Gente explica para você: segundo o Código Penal, artigo 184, pirataria é crime. Condenado, a pena para quem distribuiu ou comprou produtos oriundos de pirataria é detenção de três meses a um ano.

Logo, fica a dica. Gamer como a gente não sustenta a pirataria. Nós entendemos que por causa da situação do Brasil muitas vezes fica difícil de jogar todos os jogos que queremos. Entretanto, isso não é justificativa para pegar o caminho mais fácil. A vida não tem gameshark.

Agindo desta forma você prejudica a indústria de games que você tanto ama e, de lambuja, ainda vira um criminoso! Não caia nessa!

Pega pirata mesmo!

Mas o que é isto? O Gamer Como a Gente recomendando a pirataria? Claro que não amigos gamers. Deixe-nos explicar, recentemente o comitê de classificação australiano se recusou a rotular o jogo Hotline Miami 2, o que efetivamente proíbe a venda do jogo no país. Sempre a Austrália.

Contudo, o desenvolvedor Jonatan Söderström recomendou aos jogadores australianos que após o lançamento oficial que eles pirateiem mesmo o jogo. E nem precisa mandar dinheiro. Isso foi a resposta dele a um preocupado fã australiano temeroso de que não conseguiria jogar esta pérola.

Hotline
O primeiro Hotline Miami foi um jogo sensacional que usou uma caracterização dos anos 80 e violência extrema para mover o plot do jogo. Muito divertido e bem quisto tanto pela crítica e pelo público, estava mais do que claro que uma sequência viria. Trazendo ainda mais doses de violência e inovações no gameplay, o jogo está previsto para sair ainda no primeiro trimestre de 2015, garanta a sua cópia!

Fonte: http://arstechnica.com/gaming/2015/01/hotline-miami-2-developer-to-censored-australians-just-pirate-it/