Resenha: Dragon Age Inquisition – Pacote de DLCs

DADLC1


A Descida é o segundo DLC lançado para o Dragon Age Inquisition, porém é o mais simples. Não há nada aqui. Um caça níquel. Com certeza é algo que já poderia estar no jogo principal sem te cobrar por isso. Se trata apenas de uma dungeon de alguns andares. Não vou nem me dar ao trabalho de descrever o “enredo”. Em tese deveria revelar e mostrar mais sobre as origens dos anões, mas fica na promessa. O único ponto alto, é que há realmente adversários interessantes e mais difíceis (assim como o DLC The Golems of Amgarrak, do Dragon Age Origins, lá atrás, então até isso copiaram).

Não acrescenta nada para o jogador que quer um pouco de lore. Nas palavras da minha inquisidora Eloin: “Eu saio daqui com mais perguntas do que respostas.” Não perca seu tempo e seu dinheiro. Sabe o que é pior? Não está disponível para PS3 e Xbox 360. Então você dono desses consoles que mesmo assim queira rasgar um dinheiro, não poderá.

Nota: DADLCZero(0,0 / 5,0)

DADLC2


As Mandíbulas de Hakkon na verdade é o primeiro DLC do Dragon Age Inquisition. Aqui você conhece os Avvares, um tipo de sociedade primitiva que mora nas montanhas. Nossa, que inédito. Trocando em miúdos, é um mapa novo, que com certeza poderia estar no jogo principal, sem tirar nem pôr. O enredo? Nada demais. A Inquisição chega buscando pistas do último Inquisidor que desapareceu misteriosamente há séculos atrás. E você vai acabar precisando da ajuda dos Avvares para conseguir seguir as pistas. E enfrentar um clã, os Hakkons que são hostis. Enquanto se alia a um outro clã, a Ursa de Pedra.

O mapa não é muito grande, mas além da quest principal, tem todas as quests que os outros mapas normais do jogo já têm. Ou seja, nada inédito. Há a adição de um novo poder da Inquisidora, onde ela consegue formar um campo de força que repele ataques de projéteis, e sendo evoluído, consegue também atacar inimigos.

Só não ganha zero, porque há um mínimo de trabalho e avanço do lore. Mas com certeza é um caça níquel. Pode passar.

Nota: DADLCHakkon(1,0 / 5,0)

DADLC3


O Invasor é o último DLC do Dragon Age Inquisition. E de longe é o mais interessante. Ele já começa com uma particularidade, o mapa é travado pois na verdade o enredo se passa 2 anos após os eventos do jogo principal. Então, tenha certeza de que você não vai fazer mais nada. Porque mesmo ao terminar o DLC, você não voltará com acesso aos mapas.

A Inquisição é chamada para a Marcha Exaltada onde a sua utilidade é questionada pelos principais poderes de Thedas. E nesse ínterim, a Inquisição descobre um plano dos Qunaris que estão utilizando os espelhos mágicos (Eluvians) e pretendem quebrar a ordem dos poderes. E há um terceiro agente que aparenta estar ajudando a Inquisição. Mas será que está mesmo?

O DLC é montado em um hub central, o Palácio de Inverno em Orlais, e ali você pode interagir com os demais agentes da Inquisição, além de ter acesso a alguns vendedores e as ferramentas de crafts. Ou seja, tudo que você precisa. Fora do hub, a ação se passa em dungeons dentro dos Eluvians, não muito complicadas diga-se de passagem.

Há uma pequena adição de gameplay, onde a Inquisidora recebe novos poderes, são 3 níveis, para ser mais preciso. O nível 1, ela usa a marca para iluminar os locais. No nível 2, depois de acumular poder suficiente, ela dá um discharge afetando vários inimigos. Como ele enche bem rápido, é bem overpower.  No nível 3, se não soltar depois de acumular o poder, ela solta desenfreadamente atingindo inimigos e aliados ao mesmo tempo. Então cuidado.

Trazendo o meu lamento na resenha original do jogo, onde falei que a grande surpresa do jogo estava na cena pós créditos, pois bem, aqui está a continuação e conclusão disso tudo. Contudo, tudo isso poderia ter sido incluído tranquilamente dentro do jogo. Não se trata de um conteúdo gigantesco que você vai ficar passando horas saboreando.  Ou até mesmo lutando em dungeons intrincadas. Os inimigos são bem fáceis, e nem um pouco variados. Há um plot twist que foi tão ridículo do jeito que foi colocado, que nem sei o que comentar. Não sei se ele acontece se você não levar esse personagem para lutar, no entanto.

Tenho dúvidas se esse DLC realmente merece uma nota 4, igual a minha resenha do jogo original. Entretanto, a revelação do final e o gancho para uma próxima iteração da série me deixaram bastante ansioso. E vale realmente a pena. Cabe dizer que até o momento dessa resenha, o Invasor não estava disponível para os donos de PS3 e Xbox 360.

Nota: DANota (4,0 / 5,0)

Resenha: Dragon Age Inquisition

DA Logo

Uma fenda no céu e uma heroína na terra (human female rogue FTW!)


Thedas

Mapa DA

Bem-vindos novamente a Thedas. Para aqueles que reclamaram do escopo do segundo jogo da série, agora não mais têm o que falar. A Bioware trouxe um vasto mundo para ser explorado. A campanha basicamente se passa entre as nações de Orlais e Ferelden, alguns poderiam argumentar de que se tratam de representações da França e da Inglaterra, respectivamente.

Algumas comparações pertinentes, enquanto que em Skyrim a totalidade do mapa está aberta ao player logo de cara, além de que a travessia é feita sem transições; em Inquisition, as regiões são contidas em seu próprio mapa. Apesar disso, percebo que em Inquisition há uma maior capricho na qualidade do mapa em si, gerando mais encontros e cenários interessantes. Ao passo que em Skyrim, o gamer poderia ficar um bom trafegando por regiões completamente inóspitas e sem conteúdo relevante.

Antes de começar o jogo, principalmente para aqueles que jogaram as outras edições da série, vale conferir o Dragon Age Keep. Lá você poderá personalizar o seu estado de mundo conforme as suas escolhas feitas anteriormente, da forma que elas sejam refletidas nesta edição. Caso Inquisition seja sua primeira incursão no mundo de Dragon Age, pode ir com o estado default, sem problemas.  No entanto, é bom frisar que como o jogo se utiliza de muitos conceitos anteriores, é possível que o gamer novato fique um pouco perdido, devendo ler os codices no menu do jogo.

Inquisidor apresente-se!

O jogo apresenta um robusto modo de criação de personagens, desde a escolha de raças até mesmo com respeito as minúcias dos atributos físicos. Dentro das raças, o gamer pode escolher entre os tradicionais humanos, elfos e anões e também agora novidade nesta versão, os qunaris.

DARace

As classes disponíveis no jogo são as conhecidas: guerreiro, ladino e mago (esta não permitida aos anões). Adicionalmente dentro das classes guerreiro e ladino, pode-se escolher uma característica de batalha específica. No caso do guerreiro: espada e escudo ou espada de duas mãos. E no caso do ladrão: dual-wielding ou arco-e-flecha. Mais adiante no jogo o gamer poderá escolher uma entre três especializações, dependendo da sua classe principal. A novidade agora é que as especializações estão associadas a quests, ou seja, você precisa primeiro liberar e completar o desafio específico para poder se especializar. Ponto interessante também é que o seu personagem não é silencioso e você pode escolher entre dois tipos de atuação para te representar. Bem legal.

DAClass

A mão que balança o céu

O jogo começa com o seu personagem sendo acusado de ter destruído o conclave dos magos e templários, dado que você foi o único sobrevivente do acidente. Não só isso, mas também você é culpado pela grande fenda que se abre nos céus. E ela de alguma forma está ligada ao poder que emana de suas mãos.

No desenrolar da história, você começa a montar a Inquisição, um poder paralelo que age como um bastião da justiça num mundo imperfeito. O objetivo da história é muito simples, entender o motivo da existência das fendas e fecha-las. Ao contrário dos outros jogos da série, a main quest é relativamente curta, além de que há poucas escolhas morais a serem feitas. Mas isso não importa, o jogo se sobressai muito é na construção de mundo.

E como sempre o destaque vai para a ensemble de personagens, algumas caras conhecidas e outras novas. A interação entre eles é fantástica e dá gosto ficar ouvindo horas e horas de seus diálogos. É interessante ver que eles existem e interagem sem o input do jogador. Várias vezes fiquei na dúvida ao escolher os personagens que levaria junto comigo, não só pela questão do poderio, mas também pelas conversas que eles poderiam ter. Outro ponto já tradicional dos jogos da Bioware é interagir com os seus companheiros sempre após missões ou algum outro evento relevante, você pode se surpreender com as conversas.

Vale mencionar também as quests específicas dos seus companheiros, são muito legais e profundas, tanto pela descoberta do seu background como pelas opções de romance. Inclusive um personagem revelou muito mais sobre si ao ser romanceado. Aliás, um outro personagem ao ser romanceado revela muito mais sobre o próprio background da história. Não vou dar o spoiler, o jogador perspicaz irá perceber isso.

DACharacters

Ao ataque, Inquisição!

O jogo traz alguns elementos novos em seu gameplay. O ataque básico agora está no gatilho e pode ser mantido pressionado para ataques contínuos. Há um pequeno combo atrelado ao ataque básico, e algumas das armas modificadas podem alterar este combo adicionando skills ao mesmo. Conforme você evolui os personagens, pontos são disponibilizados para serem alocados nas diversas classes, sendo que cada habilidade tem dois níveis. Normalmente o primeiro nível da habilidade desbloqueia também aumentos nos stats dos personagens, sendo essa a única forma de evolui-los.

Em geral, nos modos mais fáceis os personagens controlados pelo computador se comportam bem. Mas em níveis mais difíceis, com fogo amigo acionado, é de suma importância utilizar a câmera tática. Sem ela, você não sobreviverá! Ao pausar o jogo, você tem acesso as principais estatísticas dos inimigos, podendo assim se organizar tanto em termos de posicionamento quanto de ataque.

DATactical

Outra novidade, e essa me causou certa estranheza, é a falta de magias de cura. No final acabou funcionando, porque obriga o jogador a abusar de buffs, debuffs e poções. A maior parte dos buffs acrescenta uma segunda barra de energia no personagem. As únicas maneiras de se recuperar o HP são: tomando uma poção de energia ou com a especialização Knight Enchanter disponível para magos (e para a personagem Vivienne) que possui uma habilidade overpower de recuperação.

O jogo também vem com um modo de crafting bastante robusto onde você pode utilizar os itens coletados ao longo de sua jornada para transformar armas, armaduras e por aí vai.

Ao se completar as inúmeras missões do jogo você ganha pontos de poder e pontos de influência. Com os pontos de poder, o gamer pode abrir novas áreas e novas missões do jogo. Para abrir novas áreas, o Inquisidor conta com três assessores e cada um com seu estilo peculiar. Apesar de não ter efeitos muito profundos no jogo, é interessante parear um assessor com o tipo de missão que lhe é favorável em termos de estilo. Pois cada um tem o seu jeito de resolver. E isso aparece no mostrador de tempo restante da tarefa, que corre em tempo real (funciona com o console desligado também), quanto menor o tempo, melhor o assessor para aquela missão.

Enquanto que os pontos de influência se transformam em melhorias para a própria Inquisição, sendo que cada nível alcançado concede um ponto a ser alocado nas seguintes categorias: Forces, Connections, Secrets e Inquisition. Sendo as três primeiras categorias referentes as principais características dos assessores do Inquisidor.

Conclusão

Eu gostei muito do jogo e claro, sou fã da série desde o seu início! Fiquei completamente concentrado e imerso nesse mundo! E assim que terminei, comecei uma nova partida para experimentar algumas coisas diferentes. Devo dizer que jogar como mago está muito melhor do que antes.

Mas devo comentar acerca de alguns pontos. Um deles é o fato de que algumas quests no meu gameplay estarem quebradas. Claro, eram quests sem a menor relevância para o escopo geral. Aliás, este é outro ponto que me incomodou um pouco, a abundância desses tipos de missões e que se repetiam em todos os mapas do jogo. Me parece que isso é feito para artificialmente estender a longevidade do jogo. Isso é corroborado pelo fato de que quando você termina a história, você pode continuar jogando (com exceção das quests de companheiros). Mas não curti, e no final você até acaba tendo que fazer várias dessas para poder descolar pontos de poder e liberar novas áreas.

A main quest suscita mais perguntas do que respostas, não sendo tão profunda assim como eu esperei, principalmente dado o escopo do jogo. O vilão é sem graça no fim das contas, apesar de começar muito bem. E nas famosas cenas pós-créditos, ali que realmente a história dá aquela esquentada, mas já é tarde demais.

É um jogo bastante robusto, com muito conteúdo, que com certeza vai trazer centenas de horas de divertimento para o gamer. E claro, dragões!

Nota: DANota (4,0 / 5,0)