Resenha: Rogue Legacy

rogue1Construa seu Legado!


UM HERÓI E SUA LINHAGEM

Criado por Lee Falk em 1936, O Fantasma, também conhecido como “Espírito que Anda” ou “O homem que não morre”, sempre foi meu herói de quadrinhos favorito. O que eu achava mais legal do personagem era que ele não tinha superpoderes, nem tampouco era imortal como seu codinome dizia. Na verdade se tratava de uma dinastia de homens que lutava contra o crime: sempre que um Fantasma morria, seu filho sucedia seu posto.

Ao jogar Rogue Legacy, jogo indie roguelike lançado pela Cellar Door Games em 2013 para PC (com versões para PS3, PS4 e PS Vita em 2014), foi impossível não notar a semelhança com o Fantasma. No jogo, você controla um cavaleiro que tem como missão desbravar uma dungeon. Porém, ao morrer, ao invés de receber uma tela de Game Over, você tem a possibilidade de selecionar o herdeiro daquele herói que morreu para continuar sua missão.

rogue2“Você acha que sua missão será fácil só porque carrega uma espada do seu tamanho?”

 GAMEPLAY

Em teoria, a jornada do player em Rogue Legacy é bem simples. Entrar em uma dungeon 2D, derrotar quatro chefes – cada um deles posicionado em uma área distinta (Castelo, Floresta, Torre e Calabouço) – para então ter o direito de enfrentar o último chefe.

Para isso o herói controlado pelo jogador irá contar com as habilidades básicas de pulo e ataque com espada, bem como a possibilidade de usar mágicas que gastam MP (mana points). Durante sua aventura ele também achará incontáveis moedas de ouro que ele usará para dar upgrade nas habilidades do seu personagem, bem como desbloquear novas classes para utilizar.

Simples, não? Bem… nem tanto.

rogue3“Medo do escuro? Um guerreiro como você?”

 A(s) CEREJA(s) DO BOLO

A primeira surpresa que o player irá notar é que, cada vez que você entra na dungeon, ela é randomicamente gerada. Isso faz com que cada investida para completar a missão se torne uma aventura única.

Além disso, conforme já mencionado, ao morrer, será necessário escolher um novo personagem para continuar. O jogo sempre te dará 3 opções de herdeiros para escolher. Este novo personagem terá diferentes habilidades e características daquele primeiro herói, fazendo com que o player tenha também que adaptar seu estilo de jogo ao novo personagem escolhido.

Como se não bastasse, cada herdeiro randomicamente gerado também carrega consigo traços (traits, no original) característicos. Portanto, prepare-se para jogar com um personagem hiperativo e com espasmos musculares! Ou talvez com um herói daltônico e que morre de medo de galinhas! Ou quem sabe um guerreiro hipocondríaco e que sofre de síndrome do intestino irritado?

Tudo isso irá impactar na sua jornada, muitas vezes complicando ou facilitando cada gameplay.

rogue4“Aquele momento em que você se dá conta que sua estratégia deu errado…”

 VEREDITO. VALE A PENA?

Claro que vale. Mas não vá esperando um jogo fácil. Prepare-se para morrer (e muito!) e construir uma enorme linhagem de heróis tentando completar a sua missão, de paladino até hokage! Os chefes são desafiadores e exigem estratégia por parte do player (button mashers, esse jogo não é para vocês!)

Vale salientar também que se você é um jogador mais hardcore que gosta de um belo desafio, é possível desbloquear uma versão remix de todos os chefes onde a dificuldade fica ainda mais acentuada. Recomendo!

Com humor singular, belíssima arte pixelada que cria um ambiente nostálgico para os amantes de 8 bits, Rogue Legacy é o tipo de jogo que, depois que você começa a jogar, fica difícil de parar.

Nota: roguenota (4,0 / 5,0)

El día de los muertos

Gamers! Para os saudosistas de plantão já está na pré-venda online o remaster de Grim Fandango feito pela Double Fine, a empresa do genial Tim Schafer. O jogo está custando $14,99 ou R$30,99 e é cross-buy, comprando na pré-venda vem um tema dinâmico como bônus e falta pouco, o lançamento se dará em 27/01/2015.

Grim_Fandango_artwork

O jogo saiu originalmente em 1998 pela finada Lucas Arts (que hoje somente funciona em nome para licenciamento de games) e foi o primeiro adventure da empresa que saiu com gráficos 3D em fundos pré renderizados. Grim Fandango segue a história de Manny Cavalera, um agente de viagens no mundo dos mortos, enquanto ele ajuda Mercedes Colomar, uma recém chegada alma durante sua longa jornada. O jogo tem muitos aspectos de film noir e humor negro, com pitadas dos mitos astecas sobre o pós vida. Quem é da nova geração acabará fazendo um paralelo ao Guacamelee pela sua estética do mundo dos mortos também.

Na época de seu lançamento, Grim Fandango recebeu diversas recomendações dos críticos, mas infelizmente foi um fracasso comercial, apesar de ser um jogo muito querido pelos seus fãs. Então não deixem de aproveitar essa oportunidade! Quem quiser se aprofundar no desenvolvimento do jogo segue o vídeo da Double Fine com o making of do jogo.