Artigo: A obsolescência programada chegou aos videogames?

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Quando os videogames eram feitos para durar…

Na década de 20, algumas empresas fabricantes de lâmpadas decidiram em comum acordo diminuir a durabilidade de seus componentes de 2,5 mil horas de uso para apenas mil. Isso fez com que as pessoas tivessem que comprar três vezes mais lâmpadas no mesmo período de tempo. Após a crise de 29 e os anos pós-guerra, as empresas passaram a criar produtos que duram cada vez menos para forçar o consumo maior.

Existem dois tipos de obsolescência programada: a funcional, que é exatamente o caso da lâmpada – O produto é feito para durar certo tempo e depois parar de funcionar, tendo muitas vezes o seu conserto mais caro que um produto novo. – e a obsolescência percebida – novas versões do mesmo produto são lançadas o tempo todo forçando a queda de preço para revenda da versão anterior e estimulando a compra de uma nova versão.

Esse segundo caso é o mais comum entre aparelhos eletrônicos, e parece que chegou aos videogames.

PS4 NEO: Golpe no seu bolso?

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Será que temos um Polystation 4 nas mãos?

A Sony faz seus “aperfeiçoamentos” nos seus videogames desde o primeiro Playstation, O PSOne era um modelo mais barato do Playstation original e bem pior em todos os aspectos, a não ser que era menor que seu antecessor. O mesmo se deu ao modelo Slim do PS2, que já vinha com o modem embutido. Se você tinha o modelo “tijolão”, era obrigado a comprar o modem por fora, além do HD.

Poderíamos considerar que a adição do modem no modelo Slim do PS2 seria um avanço tecnológico, mas eu vejo como uma adaptação ao mercado. O Xbox original já tinha o modem embutido enquanto o Sega Dreamcast também já possuía o modem mesmo sendo lançado anteriormente.

Então vemos o temor sobre o PS4K…

Pelas configurações da “atualização” do PS4 anunciados pela Sony como PS4 Neo, todos os atributos foram melhorados. CPU, GPU e memória Ram serão sensivelmente melhorados, fazendo com que a Sony exigisse de seus desenvolvedores jogos rodando no mínimo a 1.080p a 60fps. Isso fomentou dúvidas nos usuários de PS4 original sobre os jogos criados para o NEO. Será que seremos obrigados a comprar um novo videogame para podermos jogar os novos jogos?

Segundo as normas da Sony enviadas para seus desenvolvedores, não. Pelo menos por enquanto, a Sony exige que os jogos tanto para PS4 quanto para o NEO sejam os mesmos, apenas com opção de renderização em 4K para o novo console.  Periféricos, assinatura da PSN, saves, loja de PSstore serão rigorosamente as mesmas, exceto pelo fato de jogos vendidos na PSN terem destacados as funcionalidades para o NEO.

Não chega a ser novidade esse tipo de melhoramento, logicamente que em menor escala, houve também adaptações nos jogos de PS3 para rodar em 3D e nos jogos de PS2 para aceitarem ao vídeo componente, mas em nenhum dos casos tivemos uma mudança de hardware/software para essas mudanças. Parando para pensar, já existia a tecnologia 4k no lançamento do PS4, então porque razão o videogame já não tinha suporte para essa resolução?

Prováveis motivações

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Ao que parece, existem dois grandes motivos para a mudança de hardware do PS4, um dos principais motivos é o lançamento dos óculos de realidade virtual. Supostamente, testes do Playstation VR mostraram desconforto e enjoos em jogos com menos de 1080p e 60fps. Mas sinceramente esse não me parece o principal motivo. O atual PS4 consegue rodar jogos a 1080p e 60fps, não seria motivo para criar uma nova versão com mais potencia, então qual seria esse motivo?

Recentemente, a AMD anunciou uma nova linha de chips gráficos denominada Polaris. Esse novo chip tem tecnologia 14nm FinFET que promete um consumo muito inferior ao chip anterior de 28nm, que deixará de ser fabricado, porém, ele também é superior em todos os quesitos de velocidade, renderização, frequência de GHZ…

Incluindo aí a capacidade de rodar filmes ultra HD em 4k.

A Sony foi diretamente afetada por essa notícia. O chip de processamento do PS4 é justamente o AMD de 28nm que existia no mercado desde 2011.

Então a empresa japonesa só tem duas opções – ou atualiza o processador para a nova linha Polaris da AMD ou passa a fabricar o próprio chip – como é mais viável a primeira opção, nada mais justo do que utilizar 100% das novas funcionalidades do novo hardware.

Infelizmente, para os antigos usuários de PS4, podemos esperar por jogos aonde seremos excluídos da capacidade de ter a máxima experiência que um jogo pode ter, é realmente como se tivéssemos um PS4.5, mas isso é longe de ser uma novidade.

Se você não tinha uma TV com entrada de vídeo componente, já não poderia ver os melhores gráficos do PS2 por exemplo.

Porém, o que realmente incomoda é que se você tivesse a televisão correta, a funcionalidade já estava lá no PS2 original, o que não acontece agora. Ainda que você compre uma televisão 4k, terá que comprar um novo console para explorar a nova funcionalidade. O que desvaloriza muito a revenda do modelo antigo do console por exemplo. Em dois anos, quando for comum a aquisição de uma TV 4k, veremos PS4 da antiga geração sendo vendido por preços absurdamente menores pela sua desvalorização.

Reflexos na concorrência

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Não me disseram que tinha que ter 4k!!!

Já existe rumores de que a Microsoft irá lançar uma versão slim do XBOX One ainda em 2016 e que ele teria também capacidade de ter a resolução 4k. Mas o mais temerário dos anúncios, que pode ocorrer já nessa E3, é o desenvolvimento de um console 4 vezes mais poderoso que o XBOX One com o codinome de Scorpio.

Com data de lançamento prevista no mínimo para 2017.

Se isso acontecer meus amigos, teremos o menor ciclo de consoles da história dos games. O console da Nintendo, o NX, já nasceria praticamente morto com o rumor de que rodaria na mesma capacidade do XBOX One original.

Seu bolso sangra? Vai sangrar…

 

Resenha: Cavaleiros do Zodíaco – Alma dos Soldados

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Faça elevar o cosmo do seu coração!!

Aos que conseguiram vivenciar a década de 90 em todo o seu esplendor, é realmente difícil não se identificar com Cavaleiros do Zodíaco. Nessa época não tínhamos internet, raramente tínhamos acesso a um mangá e os animes tinham profundidade zero no nosso país.

Então meus amigos, surgiu na nossa querida e saudosa TV Manchete, aquele anime que seria o desbravador de nossas terras, que abriu portas para outros excelentes animes como Yu-Yu Hakusho, Dragon Ball Z, dentre outros…

Essa nostalgia me fez querer consumir muito os produtos dos cavaleiros. Chicletes com figurinhas, bonecos, álbuns e porque não, o jogo dos Cavaleiros do Zodíaco – Alma dos soldados.

E temos que ter muita nostalgia…

História tão confusa que parece o mangá

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Os modos de jogo de Almas dos soldados não são muito diferentes do que vimos anteriormente. Modo battle, que dá para jogar um “versus” contra seu amigo gamer, torneio da guerra Galáctica que nada mais é do que um torneio normal, sem qualquer ligação com a história. Temos também o modo online, que não traz nenhuma novidade relevante (mas traz muito lag, ahhh como traz…). Mas as grandes novidades são o modo “Batalha de ouro” e “lenda do cosmo”, e é neles que reside a minha grande frustração…

Para quem viu a nova saga dos cavaleiros de ouro chamada Souls of Gold, impossível não ter ficado na expectativa de jogar com as novas armaduras divinas e derrubar a Yggdrasil, muito bom selecionar o Aioria de Leão com a armadura divina e derrotar o… Ikki de Leão?

Apesar de ter as armaduras divinas, o modo de batalha não segue em nada os acontecimentos de Souls of Gold, você apenas faz algumas batalhas sem sentido, claramente com a intenção de que você destrave as armaduras e tenha um pretexto para utiliza-las, já que o modo Lenda do cosmo também não conta com a saga.

Então… Vamos para a Lenda do cosmo!!

Fiquei muito empolgado ao ver que a saga de Asgard foi finalmente adicionada ao jogo dos cavaleiros. Muito interessante poder jogar com Bado, Shido, Mime e afins. Mas eu sou um fã nostálgico, queria relembrar a história e comecei primeiro pela saga do santuário.

A primeira decepção é que você já começa direto na batalha das doze casas, nada de cavaleiros de prata por aqui. As histórias são contadas por meio de cenários que você vai habilitando a cada vitória, mas como a história é mal contada…

Diferentes de jogos como Naruto, onde mesmo sem saber a história do mangá você entende perfeitamente o enredo, no jogo dos Cavaleiros se você não sabe nada a respeito você simplesmente aperta o botão para pular as fraquíssimas cutscenes . A história é pessimamente contada desde a saga do santuário até a saga de Hades, chega ao ponto da narrativa ser feita durante a luta, ou seja, você não consegue prestar atenção na luta e nas falas ao mesmo tempo.

Para completar, o jogo ainda mistura mangá com anime na sua linha narrativa, quando, apesar de ver a saga de Asgard (exclusiva do anime) e na saga de Hades vemos só o Shiryu dispersando a colisão de Exclamações de Athena (Que só ocorreu no mangá, sendo feita pelos quatro cavaleiros de bronze no anime).

Pior que isso, só ver o dragão negro tendo um irmão gêmeo cego…

Esses são os Campos Elíseos, onde as flores parecem papel e o capim é um borrão verde

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Graficamente falando, o jogo deu uma melhorada em relação aos modelos dos personagens, apesar da mão completamente desproporcional, as armaduras estão muito bem feitas e espelham bem a sua grandiosidade, sobretudo com as armaduras divinas, mas quando o assunto é background…

Os cenários não tem vida nenhuma, continuam no mesmo esquema de cenários 3D aonde claramente você observa as bordas, tudo muito pobre, tudo muito mal feito. Mal dá para se notar a diferença entre as doze casas durante as batalhas.

Mas a cereja podre do bolo são os campos Elíseos.

Se me dissessem que aquele cenário foi reaproveitado de um jogo de PS2 eu acreditaria na hora, é simplesmente inadmissível um jogo lançado para PS4 ter aquele nível de qualidade gráfica.

Eleve-se cosmo! Eleve-se ao infinito!!

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Depois de tudo, o jogo está lá no chão, com a armadura esfacelada e o dragão nas costas desaparecendo. Mas eis que escutou Athena chamando diretamente no seu cosmo.

O jogo tem pontos positivos também, mas somente se você é um fã absoluto da série.

A quantidade de skins disponíveis é muito grande, em alguns casos dá para jogar até sem armadura nenhuma. A única coisa que incomoda é a pouca variedade de espectros de Hades. Mas poder finalmente jogar com os guerreiros deuses de Asgard é muito bom.

Sobre as mecânicas de combate, a melhor parte do jogo.

Houve uma clara evolução das mecânicas básicas do jogo anterior, Bravos soldados, a fluidez dos combates está muito melhor, os ataques big bang estão bem bonitos além de algumas finalizações lembrarem muito os ângulos de cena desenhados por Kurumada no mangá original.

Mas não é um jogo profundo, não espere um The King of Fighters nas mecânicas de jogo, todos os combos são ridiculamente fáceis de serem executados e o jogo é bem desbalanceado em alguns momentos. Novatos podem se deliciar com os ataques simples da corrente do Shun que tem um alcance inacreditável, e se desesperar ao perder uma luta levando uma sequencia de golpes simples do Aioria. Porém ficou bem simples esquivar de certos ataques e até mesmo cancelar Big Bangs, o que irrita bastante quando se é a vítima do cancelamento.

O ponto fraco do cólera do dragão

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Mas a coisa realmente ruim e irritante do jogo é que para se ter acesso a todos os colecionáveis você precisa fazer um “grind” absurdo para conseguir moedas e comprar as coisas. As vezes no meio da luta você ganha como prêmio o desbloqueio do item “para compra”, o que é bastante frustrante. O pior de tudo é que o jogo te obriga a jogar muitas vezes. Como o esquema de batalha não é profundo, isso se torna um martírio sem fim e um círculo vicioso.

“O sistema de jogo é simples, seria melhor se tivesse todos os personagens, para ter todos os personagens você tem que se acabar de jogar com os poucos personagens que tem.”

A recompensa parece não valer o custo e você acaba desistindo.

Saaaoooooooriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

O jogo é recomendável apenas para os fãs da série, como jogo de luta é bem raso. Destaque para a dublagem em português com os dubladores originais da série. Para quem não sabe, Cavaleiros fez tanto sucesso que elevou os dubladores a um novo patamar, transformando-os em celebridades para os fãs.

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Resenha: F1 2015

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Eu tinha meus cinco ou seis anos quando me identifiquei pelo esporte e tive a minha primeira paixão por um time. Muitos falariam que esta frase se aplica a um time de futebol, mas o meu primeiro time do coração era vermelho e branco e tinha o patrocínio da Marlboro. Era a McLaren nos áureos anos 80.

Em uma época onde os brasileiros poderiam se dar ao luxo de escolher para quem torcer, Senna ou Piquet? Em uma época onde você poderia se dar ao luxo de ver combates homéricos entre Senna x Prost, Piquet x Mansell, foi quando nasceu o meu amor pela F1.

Desde então, toda vez que troco de vídeo game por um de uma nova geração, eu fico sempre muito ansioso pela nova versão turbinada e melhorada do jogo licenciado da Fórmula 1, como podemos ver no nosso sensacional podcast sobre jogos de corrida. (Não ouviu ainda? Não seja retardatário e clique aqui!).

Mas porque tenho pela primeira vez a sensação de que o jogo deu dois passos para trás?

Que bela pintura na carenagem do seu carro!

F120151Gostaria que o jogo reproduzisse isso…

Graficamente não há o que se dizer de negativo sobre o F1 2015, o jogo está lindo e os efeitos de luz e sombra são impressionantes, sobretudo em pistas onde há a variação de diurno para noturno, como a pista de Abu Dhabi por exemplo.

Mas os elementos visuais do jogo ainda me parecem longe do que se espera de um jogo da nova geração.

Em caso de colisão, ainda não vemos o poder gráfico reproduzir de forma fiel o nível de destruição do carro, tudo que se vê é o genérico bico quebrado do carro e em casos muito extremos, um pneu saindo do lugar. Isso é realmente muito chato, além de que mesmo nos níveis difíceis o carro parece um tanque de guerra de tão forte para suportar pancadas. Para abandonar uma corrida com carro quebrado, só mesmo se você dormir ao volante estiver barbarizando no meio de uma reta longa.

No geral, os gráficos do jogo são muito satisfatórios, mas faltou aquele impacto que nos diz “Oi nova geração. Cheguei!”.

Suspensão ativa nas curvas!

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Desde a versão 2005, lançada exclusivamente para PS2, eu não conseguia jogar um jogo de F1 com prazer de guiar sem ser com um volante. O analógico, tanto do Playstation como do Xbox, já na versão Codemasters do game, sempre foram imprecisos em relação a carga de força e sensibilidade nas curvas. Sendo impossível para um gamer hardcore de F1 se divertir ao máximo sem utilizar um volante. Mas dessa vez foi diferente.

Em termos de jogabilidade, devo confessar que nenhum jogo de F1 pós 32 bits me satisfez tanto quanto F1 2015. Nem mesmo na jogatina online me vi obrigado a colocar o volante para equilibrar a partida com outros players tamanha a precisão do analógico em ambas as versões do game (PS4 e Xbox One). Não só é possível sentir o carro nas saídas e entradas de curva com precisão como é extremamente simples sentir variações de aderência dos pneus em diferentes pontos da pista ainda que as condições climáticas não se alterem. Refiro-me a andar pela parte emborrachada da pista e pela parte suja.

No box, as alterações que podem ser feitas no carro não são tão profundas como em Project Cars por exemplo, mas é suficientemente complexo para animar os jogadores hardcore como eu. Mas se você é um player casual, não se intimide, nas dificuldades mais baixas é plenamente possível jogar utilizando apenas as configurações pré definidas pelos engenheiros de equipe, somente variando de acordo com as características da pista. Porém, um ponto negativo é que em dificuldades abaixo de “profissional” você só tem necessidade mesmo de mexer nas configurações em Mônaco (pista que exige maior pressão aerodinâmica da temporada) e Monza (pista que exige a menor pressão aerodinâmica da temporada).

Falando sobre as mecânicas do jogo, a Codemasters fez mais uma vez um trabalho primoroso, como é de costume. Com toda certeza o ponto forte do jogo.

Tá faltando algo muito importante aqui…

F120153Queria fazer isso no modo carreira…

Agora o grande ponto fraco: os modos de jogo.

Basicamente o jogo tem apenas quatro modos de jogo. Temporada de campeonato, corrida rápida, tomada de tempo e modo online.

Pode-se alegar que ainda existe o Pro mode, mas eu não o considero um novo modo de jogo. Nos jogos anteriores você poderia customizar a sua corrida no modo pro, então resolveram desmembrar essa opção para criar um modo artificial de jogo.

Em relação a edições anteriores, foi completamente excluída da versão do jogo a corrida com os carros clássicos dos anos 80 e 90. Adição que faz com que até hoje eu prefira a versão 2013 do jogo. Esperava sinceramente uma evolução desse modo.

Porém, essa não é a pior coisa do jogo…

A pior coisa que a Codemasters poderia fazer era eliminar o modo carreira do jogo. Para mim, a maior diversão sempre foi construir um piloto do zero e desenhar a sua carreira, mudando de equipe, criando rivalidades e quebrando recordes. Esperava para essa versão uma grande evolução desse modo como incrementos de história, maior customização de comemorações e provocações, além de finalmente poder criar o meu próprio capacete para poder exibir a minha pintura única no modo online!

E eles simplesmente cortam da versão final do jogo o modo carreira, alegando falta de tempo hábil para termina-lo.

Apesar de todas as reclamações da comunidade, nem mesmo posteriormente o conteúdo foi disponibilizado via download. Isso realmente tirou 50% da diversão do game na minha opinião.

Apêndices aerodinâmicos

F120154Versão 2014 está no game, com os carros e pilotos respectivos da temporada.

Algumas adições ao jogo que deveriam ser mais interessantes como as animações do pole position, de vitória e de pódio foram bem desanimadoras pela falta de criatividade. Já que o jogo não teria modo carreira eles deveriam ter focado ao menos na personalidade de cada piloto.

Não espere pelo dedo indicador de Vettel indicando que ele é o número um, os pulinhos de Hamilton comemorando vitórias ou mesmo pelo rosto gélido de Kimi Haikkonen. Eles tem sempre a mesma animação repetitiva.

Triste ver que não houve melhorias nesse sentido, lembro-me de como fiquei feliz quando vi na edição 2011 as entrevistas de piloto antes das corridas e após as bandeiradas. Não houve evolução, pelo contrário, houve um retrocesso.

Retiraram do jogo o safety car, que deu uma incrível melhora nas variações táticas da corrida, além de ser um ótimo efeito visual e de imersão. Alguns adversários ignoram completamente as bandeiras azuis além de, às vezes, o desgaste de pneus parecer injusto.

Muitas vezes meus pneus acabaram em nove voltas enquanto meus adversários, correndo no mesmo ritmo, ficavam na pista mais cinco ou seis voltas.

De forma geral, aconselho aos gamers aguardar a versão 2016 do jogo, houve uma melhoria nas mecânicas do jogo, mas no resto me pareceu que esse jogo foi apenas uma transição de uma geração para outra. Nem mesmo a adição da versão 2014 é um bônus memorável nessa edição. Recomendo apenas para os aficionados como eu, que não vivem sem um jogo de F1.

Notaf12015nota (4,0 / 5,0)

Artigo: Microsoft, Epic Games e o conto da roupa que só as pessoas inteligentes podem ver

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Olá amigos gamers!

Como de costume, estava eu nas discussões semanais com outros gamers quando discutimos sobre a minha resenha que aponta os erros da Microsoft em relação a sua postura na guerra dos consoles (Não leu? Clique aqui ó).

No calor da discussão, meu amigo Tiago Guzzo, também colunista deste tão amado site, levantou uma questão a princípio sem importância, mas que ficou de certa forma latente na minha mente:

“Não é possível o que eles estão fazendo liberando seus exclusivos para PC, ou eles são muito burros ou são tão inteligentes que a gente não consegue entender.”

Eu estava bem inclinado a pensar na primeira opção, até o pessoal da Epic Games abrir a caixa de ferramentas contra a turma do tio Bill.

Para vencer uma batalha, crie um engodo

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Lá pelos idos de 1998, a Microsoft criou o software para jogos que era pouco atraente aos desenvolvedores, o Direct X. Para provar que o software era totalmente funcional para o desenvolvimento de games, a Microsoft criou um console totalmente voltado para a utilização deste software. Assim nascia o primeiro XBOX.

Em um mercado dominado pela Sony, era de se esperar que a Microsoft fosse ser completamente agressiva para pelo menos igualar sua posição no mercado de games, porém, três gerações de consoles se passaram e o que vemos é uma postura quase passiva da empresa sob a soberania sonysta.

Mais absurdo ainda é entender essa postura verificando o histórico de negócios da Microsoft.

No mesmo ano do início do desenvolvimento do XBOX original, Bill Gates sofreu uma série de processos sobre criação de monopólio sobre os softwares de PC. O Windows dominava 90% do mercado no ano de 1998 e nenhum de seus concorrentes conseguia ter uma parcela agressiva de mercado naquela época.

Como então eles se convenceram de que o segundo lugar era bom no mundo dos consoles? Não seria uma estratégia quase suicida fazer com que o Xbox One cedesse seus exclusivos para a plataforma de PC?

Pense novamente depois de ler as acusações de Tim Sweeney, chefe da Epic Games, criadora da séria Gears of War.

Será mesmo que o rei está nu? Ou não conseguimos ver a realidade?

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Segundo Sweeney publicou no seu editorial, a Microsoft move silenciosamente as suas plataformas, incluindo aí o Xbox One, para a Universal Windows Platform (UWP). Na prática, a Microsoft estaria dizendo que para você baixar um aplicativo para o seu Windows, você teria que ter a permissão da UWP. Sweeney acusou a Microsoft de estar usando uma jogada mais agressiva do que a dos anos 90 para monopolizar o mercado de softwares, incluindo aí meus amigos, o de games para PC, que somente poderiam ser vendidos exclusivamente pela Windows Store.

Rebatendo a crítica, Kevin Gallo, Vice-presidente corporativo do Windows, disse que o UWP é um ecossistema livre e que todas as pessoas poderão instalar em seu PC produtos não publicados pela Windows Store.

Agora pensemos juntos amigo gamer

Se a Microsoft consegue o seu intento de ganhar royalties sobre todos os programas instalados no Windows 10 por meio do UWP, ela se tornará monopolizadora de todos os jogos que rodarão no seu PC. Se você detém esse tipo de poder, você pode ditar o mercado, se você dita o mercado, você pode criar uma ou outra facilidade para seu dependente.

Isso me remete a Nintendo na década de 80, quando não só liderava o mercado como esmagava a concorrência quase de forma desleal utilizando as rédeas curtas nos seus desenvolvedores.

Se a Microsoft jogar certo com o seu UWP, pode ser que em um futuro próximo os jogos já sejam criados pensando na programação do ecossistema da Microsoft e assim dificultando a programação em plataformas rivais. Ou então a Microsoft levaria alguma parcela sobre os jogos comercializados até mesmo para jogos publicados para o Playstation que utilizassem como padrão o seu pacote de desenvolvimento.

Talvez estejamos olhando para o fracasso dos consoles e ele seja apenas um engodo escondendo as reais intenções da Microsoft, que pode monopolizar o mercado de games de PC que correspondem a mais de 60% do market share de games no mundo!

Será mesmo que o rei está nu?

Artigo: E o mundo se revelou!

OW1Eita mundão grande!

Conversa informal sobre games, algo corriqueiro nas nossas vidas. Assuntos diversos, Last Guardian, Final Fantasy novo, Uncharted Collection, dentre outras coisas. Então começamos a falar de Witcher, de como ele era bacana, de como ficou legal o Podcast do Gamer como a Gente (não escutou? Clica aqui!). Não mais do que vindo das sombras, alguém diz que o Witcher 2 é melhor do que o 3. Não tenho uma opinião formada sobre o Witcher 2, sinceramente não o joguei (talvez eu o jogue no Xbox One da minha irmã), mas fiquei bastante intrigado com a afirmação… Decidi perguntar o motivo e escutei uma resposta que julguei pouco convincente…

– O Witcher 2 é mais linear, odeio mundo aberto!

Das fases repetitivas ao mundo aberto

OW2Joguei muito esse negócio! Mas meu pai era melhor que eu…

Longe de pensar em jogar games como Witcher 3, na minha infância eu me divertia com jogos como Keystone Kapers, Pac-man, Pitfall e Enduro. Todos eram repetitivos ao extremo, porém um deles era bem menos repetitivo e suas fases tinham uma transição incrivelmente bem trabalhada, dentro do próprio jogo, a dificuldade era bem balanceada e progressiva e quase não havia um quadro igual ao outro: River Raid.

Com o avanço da tecnologia, tendências mudaram… Os jogos passaram a mostrar histórias para os players e essa tendência fez com que muitos jogos se perpetuassem. RPGs clássicos como Final Fantasy, Dragon Quest e Phantasy Star surgiram na segunda metade da década de 80 e apesar de se mostrarem massivos para a época, ainda se via certa linearidade. “Não posso voltar ao ponto A sem resolver o B primeiro?”

Hoje muitos acusam a linearidade de ser algo ruim, mas muitos jogos queridos de antigamente eram 100% lineares. Resident Evil, Onimusha, Devil May Cry e até mesmo o aclamado The Shadow of the Colossus eram mergulhados na linearidade (afinal de contas, não dá para derrubar primeiro o quinto colosso, não é?).

Até mesmo jogos recentes e amados pelos fãs são totalmente lineares, alguém é capaz de dizer que The Last of Us é um jogo ruim pela sua linearidade?

Porém, no longínquo ano de 1998, me deparei com um jogo estranho para os meus costumes… Um jogo onde se podia fazer o que quiser, onde podia explodir tudo e passar horas fazendo várias bizarrices sem nem mesmo ter feito a primeira missão principal. Fui apresentado aos jogos de mundo aberto pelo primeiro GTA.

Mas oras… o que é mundo aberto afinal?

OW3É… eu gosto de Zelda…

Muitos acham que os jogos de mundo aberto são apenas os jogos estilo GTA, mas eles são apenas uma vertente deles. Na verdade, a definição de mundo aberto é para os jogos que te dão vários caminhos diferentes para terminar uma missão ou objetivo. Nesse aspecto, podemos considerar TheLegend of Zelda de 1986 um jogo de mundo aberto. Porém, foi com GTA que o estilo sandbox se popularizou. O que caracteriza um jogo sandbox é a possibilidade de parar a missão principal para realizar diversas missões secundárias. É muito divertido, mas por um bom tempo esse tipo de jogo não me fez a cabeça por diversos motivos.

Por ser um jogador de consoles, a pouca definição dos gráficos 3D nos anos 90 me fizeram preferir jogos lineares e pré-renderizados como Resident Evil do que jogos como GTA 3. Além disso, era muito complicado fazer uma história profunda em um jogo sandbox pela imprevisibilidade das ações dos jogadores. Dessa forma, ou o enredo era bem simples, ou o personagem era completamente vazio, para se adequar as escolhas do jogador.

Finalmente esse mundo aberto me cativou…

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Por preferir histórias mais profundas, acabei me afastando por um bom tempo desses títulos. O primeiro GTA que eu realmente me interessei em jogar foi o V. Personagens cativantes, evolução gráfica já bem satisfatória, mas o enredo… O final de GTA V é quase que uma correria desenfreada para dar um desfecho qualquer. Nitidamente se tem a impressão de que a história não é o mais importante do jogo. Embora seja um pouco frustrante no aspecto enredo, ainda é um jogo que me cativa profundamente. Seria o meu preferido, até conhecer o jogo que quebrou o meu paradigma sobre Open World.

Witcher 3 foi o primeiro jogo de mundo aberto que realmente me deu uma experiência digna de jogos lineares. Personagens cativantes, mais profundos do que se imagina; um mundo fantástico e ao mesmo tempo crível; enredo aparentemente simples, mas que se desdobra em vários caminhos, simples ou complexos.

Acho impressionante como um estilo de jogo que remonta dos primórdios da década de 80, bem antes do já citado Zelda, precisou de mais de 30 anos de evolução para me cativar. Ainda prefiro jogos lineares na maioria das vezes. Mas definitivamente o open world me chama a atenção agora.

E você, amigo gamer?