Resenha: The Nathan Drake Collection

uncharted logo

Mostrando pra Lara como se faz aventura de verdade


O Indiana Jones do Século XXI

Tendo em vista que estamos cada vez mais próximos de um dos lançamentos mais aguardados de 2016 – Uncharted 4: A Thief’s End – nada mais justo do que revisitar de uma maneira estupenda os jogos que, até o dia de hoje, configuram a melhor série de ação/aventura já feita em toda a história dos videogames (Toma essa, Lara Croft!)

Capitaneada pelo espirituoso caçador de tesouros Nathan Drake, produzida pela Naughty Dog e exclusiva dos consoles da Sony, a série Uncharted se tornou referência em jogos de terceira pessoa. Com gameplay contagiante, atuações soberbas e roteiro um magnífico que dispensa qualquer comentário, Uncharted: Nathan Drake Collection, é um prato cheio para os amantes de videogame, compilando os 3 petardos lançados para Playstation 3 para serem jogados no seu PS4 após passar pelo raio remasterizador da desenvolvedora Bluepoint.

Portanto, vamos a eles!

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“Prepare seu equipamento pois a caça ao tesouro vai começar mais uma vez”

 Uncharted: Drake’s Fortune

Toda história tem de ter um princípio, e foi aqui que tudo começou: a busca pelo El Dorado. Ainda que a qualidade narrativa seja consideravelmente inferior aos seus sucessores, o game faz um ótimo trabalho em apresentar os personagens principais e deixar o player engajado até o final da história.

Para os gamers que já jogaram a série, é bem interessante voltar ao princípio e rever os personagens agora já tão conhecidos ainda em seu primeiro estágio de construção de personalidade. Em temos de gameplay, a Bluepoint fez o belíssimo favor de melhorar consideravelmente o sistema de mira, bem como de eliminar qualquer gimmick de sixaxis contido na versão original de PS3.

Todos devemos concordar que o estilo de jogo de Drake’s Fortune é o mais horizontal dos jogos da franquia – e era possível ver que a Naughty Dog ainda estava engatinhando em alguns pontos que muito em breve seriam a excelência na sua mais famosa série de jogos. Nada que estrague o prazer da aventura, é claro.

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“Afinal, não é todo dia que se encontra um submarino no meio de uma floresta”

 Uncharted 2: Among Thieves

Reconhecidamente a obra prima da trilogia e o jogo que fez a série explodir em âmbito mundial. O game é fantástico não só pelo que ele apresenta, mas também quando percebemos o esforço realizado pela Naughty Dog para perceber os pontos fortes e fracos do jogo anterior – multiplicando-os e reduzindo-os a zero, respectivamente.

O gameplay que já era bom, se torna excelente. No jogo anterior as ações pareciam segmentadas: ou você estava pulando plataformas ou estava em entocado um tiroteio. Em Among Thieves a ação se apresenta de uma forma compacta e fluida – os gamers que já jogaram o jogo original vão se lembrar da fase do trem, por exemplo. O enredo – agora cinematográfico – prende o gamer/telespectador de uma forma pouco vista na história dos videogames. Independente da sua idade, ajudar o Nathan Drake a seguir os passos de Marco Polo e descobrir a cidade perdida de Shambala vai ficar para sempre marcado na sua memória gamer.

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“E se esconder atrás de uma máquina de lavar também”

 Uncharted 3: Drake’s Deception

Convenhamos: ultrapassar o sucesso a obra prima anterior seria uma tarefa difícil para a Naughty Dog. Na época de seu lançamento o jogo foi criticado por tentar recriar a atmosfera do seu predecessor sem sucesso.

Entretanto, o jogo está longe de ser ruim – pelo contrário. Por mais que não tenha atingido a mesma repercussão, Drake’s Deception consegue ser ainda mais ambicioso que seus antecessores, mostrando mais do passado do protagonista e mergulhando ainda mais fundo na personalidade dos diversos personagens que aparecem durante a aventura.

O gameplay se mostra ainda mais cinematográfico, e muitas vezes você percebe que está controlando o personagem no que em outros jogos seria somente uma cutscene. As cenas de ação continuam tão empolgantes quanto as anteriores, colocando Nathan a bordo de um avião em queda e de um navio afundando, por exemplo.

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“E obviamente o romance, marca característica da série, também está presente.”

O maior tesouro de todo caçador

Como já salientado por Diogo Moura no artigo Retrocompatibilidade x Raio Remasterizador, a abundância de jogos remasterizados que assolam o mercado pode muitas vezes deixar o gamer perdido. Entretanto, a coletânea de Uncharted é um item imprescindível na coleção de um gamer como a gente. A remasterização da Bluepoint não é apenas uma nova roupagem gráfica, mas também introduz uma significante melhoria na mecânica de tiroteio.

Para os caçadores de troféu, o jogo é um prato cheio. São 3 pacotes de troféus independentes, cada um com sua platina. Os gamers hardcore também vão ficar felizes com a adição de mais uma dificuldade – “Brutal” – consideravelmente mais desafiante do que a “Crushing” dos jogos anteriores.

A ausência do modo de Multiplayer dos jogos 2 e 3 foi muito sentida por mim, fã confesso. É o grande ponto fraco da coletânea. Entretanto, os desenvolvedores tentaram compensar com a adição de um modo time trial – que pode não proporcionar tantas horas de diversão quanto as partidas em grupo, mas ainda assim é válido o esforço.

No final das contas, não há nada melhor do que revisitar as desventuras de Nathan Drake a 60 quadros por segundo em alta resolução. Para quem não jogou da primeira vez no Playstation 3, não existe outra opção que não seja ir correndo comprar o game agora. E para quem já jogou, idem. Eu sorri com as mesmas piadas, me desesperei nos mesmos momentos de tensão e me diverti absurdamente ao longo das mesmas jornadas.

E no final, fiquei com o mesmo gostinho de “quero mais” na boca.

Que venha o Uncharted 4!

Nota:  unchartednota (4,5/5,0)

9 comentários sobre “Resenha: The Nathan Drake Collection

  1. Ótima resenha vinda de um fanboy da série. Não esperava outra coisa. Porém, quando chego na nota vejo um 4,5 e não um 5! WTF? E a desculpa do cara: “Não tem MP.”

    Discordo desse ponto, trazer o MP para a nova geração traria mais trabalho, pois teria o custo de servidor, seriam 3 versões de MP, já que são 3 jogos. E nem isso se justificaria, sendo que o MP mais popular foi o do 2. Fazer um ambiente separado de MP concatenando os 3 seria mais custo também.

    Não tenho os dados, porém ouso dizer que nem todos os jogadores de Uncharted de PS3 vão pegar o Collection, assim como nem todos os jogadores de UC são jogadores de MP também. Logo, aparenta ser menor a base de usuários para justificar um MP.

    Ademais, o U4 está vindo aí e com certeza terá uma estrutura de MP robusta que os gamers precisam e querem.

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    • Diego, você merece uma resposta visto que foi eloquente, conciso e manteve uma linha de pensamento coerente e embasada, ao contrário de outrem. Logo, vamos a ela:

      1) Seriam 2 versões de MP e não 3, visto que o primeiro Uncharted não tem MP.

      2) Apesar de eu ter um carinho muito grande pelo MP do Uncharted 2, a fanbase do MP do Uncharted 3 é bem maior, principalmente pelo fato do segmento multiplayer deste último ter se tornado um free-to-play no Playstation 3. Concordo com você que o custo seria maior de manter 3 servidores, por isso a idéia seria manter só um.

      3) Logo, poderiam muito bem encerrar o servidor do U3 do PS3 e deslocar o mesmo p ND:Collection do PS4, mantendo só um MP, o do U3 Remasterizado. Diria que o esforço da Naughty Dog seria quase nulo – nenhuma força de trabalho teria que ser deslocada – visto que todo o trabalho da remasterização foi feito pela Bluepoint. Eles teriam apenas que disponibilizar o server.

      4) Tendo em vista que grande parte da fanbase do PS4 é composta de muitos usuários de 360 que migraram para o videogame, está aí mais um motivo para colocar um MP no collection. Seria a forma perfeita de apresentar o MP competente de Uncharted, atraindo ainda mais fãs para a série (principalmente as pessoas que SÓ jogam MP, os gamers call-of-dutiers e battlefielders)

      5) Obviamente, pavimentaria-se ainda mais a estrada para a entrada do Uncharted 4, visto que os gamers já teriam uma idéia do pacote completo que os esperaria – ou seja, a adição de um MP poderia refletir até em um aumento de hype residual.

      6) Por fim, respondendo a sua crítica quanto à nota especificamente dita: 4,5 foi pelo simples fato de que poderia ser melhor com a adição do multiplayer. Se qualquer coisa PODE ser melhor mas não o é, não merece levar a nota máxima segundo o meu dogmático sistema de balança.

      Grato.

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